A saída para a crise pode estar no e-commerce
Ninguém pode negar que a pandemia causou uma série de mudanças no comportamento do consumidor brasileiro. Ficar em casa fez com que as pessoas aprendessem a comprar até itens básicos para casa pela internet. E isto gerou consequências para os comerciantes. O isolamento social fez com que o rendimento do varejo físico caísse e muitos empresários que não usavam nenhum recurso digital para vender viram seu negócio simplesmente desabar. Já outros sofreram menos ou nem sequer sentiram prejuízos. Os comerciantes que apostaram no comércio eletrônico durante a crise pandêmica em geral se saíram bem e com isso aprenderam uma lição: mesmo em tempos de crise, é possível vender e lucrar com o e-commerce.
O e-commerce pré-pandemia
O aumento no número de pedidos on-line sempre foi uma tendência. De acordo com o relatório NeoTrust 2ª Edição, em 2019 o país registrou 178,5 milhões deles, trazendo um crescimento de 22% sobre 2018.
Dentre as muitas categorias de produtos oferecidos, a mais vendida foi a de moda e acessórios, com 21% das transações. Telefonia e eletrônicos somaram 13%. O faturamento total em 2019 atingiu R$ 75 bilhões.
Apesar destes números já elevados, o cenário mudaria em 2020, primeiro ano da crise sanitária mundial.
O e-commerce na pandemia
O surgimento da Covid-19 provocou mudanças sem precedentes. Já que o consumidor se viu impossibilitado de comparecer a uma loja física para adquirir produtos, a saída foi negociar à distância. Assim, houve uma expansão frenética desse tipo de comércio. Algumas estatísticas apontam esta tendência.
Um estudo conduzido pelo MCC-ENET, da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, com o objetivo de analisar os hábitos dos usuários da internet no Brasil, indica um crescimento de 110,5% em junho de 2020 quando comparado ao mesmo mês do ano anterior.
A pesquisa ainda mostra que pouco mais de 18% dos visitantes de sites de e-commerce efetuaram pelo menos uma compra no segundo trimestre de 2020. Ou seja, houve um incremento de 6% em relação ao primeiro trimestre e de 8% em relação ao mesmo período de 2019
Os itens adquiridos também merecem atenção: o levantamento descobriu que os materiais para home office lideraram a relação de itens mais vendidos, com 39% das vendas. Depois, móveis e eletrodomésticos, com 23,5%. Em terceiro lugar, vestuário, com 13%, em seguida aparecem produtos de uso pessoal e alimentícios. No geral, o faturamento do comércio eletrônico em 2020 foi de mais de R$ 115 bilhões, superando em 65% o de 2019.
Como dito no começo do post, o comércio físico foi afetado pela pandemia. Assim, é fácil perceber que a saída para a crise está, sim, no comércio eletrônico.
Outra pesquisa, da MasterCard, mostra que o varejo físico, de abril a junho de 2020, sofreu uma queda de mais de 3%. Em números absolutos, se trata de uma diminuição expressiva.
O Índice Cielo informa que, na Black Friday 2020, as vendas físicas reduziram 25% em comparação com 2019. Já o comércio online vendeu 21% a mais. Isto representa uma migração bastante significativa do público de off para o online.
Um estudo do Instituto Locomotiva indicou que metade dos entrevistados que compravam em livrarias e papelarias físicas não fazem questão de voltar a frequentá-las, preferindo comprar pela internet.
A mesma tendência foi observada em relação a lojas de artigos infantis, com 49% dos participantes. Em perfumarias e petshops, 44%. Já em lojas de departamento e shoppings centers e casas de materiais de construção, 41% e 38%, respectivamente.
Portanto, o lojista que apostar no e-commerce tem muito mais chances de sobreviver às dificuldades impostas pela Covid-19 do que aqueles que insistem em não se adaptar. Por isso, é importante conhecer algumas tendências para o e-commerce daqui para frente.
Mudanças provocadas pela crise sanitária
Como incorporaram as compras pela internet na rotina, muitos consumidores aprenderam a negociar, comparar preços e procurar as melhores ofertas. Passaram a ser mais exigentes quando se trata de gastar.
Agora os clientes apreciam uma boa experiência de compra. Este é um fator primordial para as lojas e qualquer estabelecimento que atenda o público. No e-commerce, pode definir se o número de pedidos aumenta ou diminui. Afinal, a concorrência é grande e o comprador que não se sentir satisfeito, simplesmente faz uma busca no Google e compra em outro lugar.
Dessa maneira, a experiência de compra, ou seja, toda a jornada desde a primeira visita do cliente à loja virtual até a finalização da compra precisa ser a melhor possível. Isto significa que o e-commerce tem que oferecer agilidade no site, facilidade em buscar produtos, processo de compra descomplicado e métodos de pagamento diversos.
Porque investir no e-commerce agora
A grande verdade é que a grande maioria dos consumidores, a partir de agora, vai preferir consumir on-line. E o comércio eletrônico também é vantajoso para você, lojista. Veja porque:
Menores custos fixos
Uma loja física gera muito mais custos para funcionar, como aluguel, por exemplo. Manter uma loja on-line sem dúvida também cria gastos, mas consideravelmente menores. Ela terá uma demanda administrativa menor e menos dispendiosa.
Marketing mais barato e visibilidade maior
Quem tem uma loja física sabe que a publicidade do negócio depende muito das pessoas que passam em frente ao estabelecimento, do boca-a-boca, da panfletagem e assim por diante.
A loja virtual traz uma visibilidade maior porque o fluxo de pessoas que podem ver sua marca é estrondosamente maior. É como se milhões de pessoas passassem pela rua ao mesmo tempo e vissem o seu comércio. Isto traria muito mais chances de vender. E isto custa muito menos, como dissemos, de manter portas abertas fisicamente.
Visão das necessidades do consumidor
O e-commerce pode contar com ferramentas que mostram exatamente o que o seu cliente está buscando. É possível monitorar a frequência com que ele vem à sua loja, quando, quais artigos comprou e muito mais. São dados que, no mundo físico, seria muito difícil de obter. E exigiria mais gastos.
Ferramentas gratuitas como o Google Analytics podem analisar o tráfego e fornecer uma base para que você defina novas estratégias e acerte nas suas vendas.
Como você viu, motivos não faltam para explorar o mercado online. Enquanto o comércio físico não se recupera, o virtual tende a crescer. Aposte nele e aumente suas vendas. Sem dúvida é a melhor saída nesses tempos de crise.